quarta-feira, 24 de março de 2010

O que Aprendi - Do Casamento à Separação

Hoje eu pedi a uma amiga que me desse uma ideia de post para o blog e ela foi lá no fundo da minha alma (amigas são assim mesmo). Pediu pra eu falar como eu consegui a paz interior suficiente para tomar a decisão de me separar, acreditar que o amor ainda virá para mim, viver uma pós-separação sem entrar em depressão e todos esses conflitos que muitas mulheres já passaram ou vão passar. Impossível resumir esses quase 01 ano em um único post, então separarei por temas onde o marcador será "O que Aprendi".

Cinco anos não são cinco dias. Conheci R em um dos momentos mais tranquilos de minha vida. Eu tinha me libertado de uma paixão insana e estava bem, malhada, bronzeada e recém-formada em Ciência da Computação, ganhando meu primeiro dinheiro de verdade (não tão de verdade assim). Ele, um homem bonito, interessante e que soube me conquistar. Vivemos juntos por cinco anos. Viajamos, curtimos e também passamos por muito problemas decorrentes de separação dos bens do seu primeiro casamento e determinação judicial para as visitas do filho dele. Quando R passou no concurso e foi morar no RS, eu esperei a volta dele porque acreditava em nossa união.

Eu tinha dois sonhos: Oficializar o casamento e ter um filho. Meus sonhos nunca estiveram entre os sonhos de R, mas ele nunca foi sincero o suficiente para dizer isso. Ele usou todos os problemas como desculpa e, quando tudo finalmente ficou em paz, resolveu que precisaria terminar mais uma faculdade e que eu deveria esperar mais 03 anos. Mais 03 anos? Qual seria a próxima desculpa? Um novo concurso? Um mestrado? Uma viagem? Eu já tinha 34 anos e tinha esperado cinco anos. Não dava mais.

Nesse momento eu só vi duas soluções: Aceitar viver do jeito que estava, sendo a sombra de R e deixando ele determinar o rumo da minha vida ou cortar o mal antes que ele se estabelecesse. Por que cortar o mal? Porque é impossível amar um homem que te nega um filho quando você quer um filho. Se eu não terminasse enquanto ainda éramos amigos, eu me tornaria uma mulher amarga e infeliz.

Às vezes me pergunto: Será que se R tivesse agido diferente, eu o amaria mais por se preocupar com meus sonhos? Será que eu um dia o amei de verdade e o amor morreu por não se sentir correspondido ou eu nunca o amei e ele sempre percebeu isso, mas não foi forte o suficiente para ser sincero e me deixar partir?

Acho que nunca nos amamos de verdade porque o amor vê a felicidade na felicidade do outro. Foi a admiração e a vontade de ter alguém por perto que nos uniu. Eu gostava muito dele, achava bonitão, educado, sério, mas às vezes era sério demais, preocupado demais, tão longe de mim e do meu jeito de ser. Éramos fogo e água, sentimento e razão, simplicidade e conforto. Sonhos tão distantes, maneiras de ver o mundo tão diferentes. Eu sei que fiz o que pude por esse relacionamento, mas lá no fundo, ainda não o perdoei por deixar levar essa ilusão por cinco anos. Somos amigos porque não tenho inimigos, graças a Deus.

Próximo post: Jesus, Meu Amigo na Solidão

2 comentários:

Cristiane A. Fetter disse...

É isso aí Geo, não podemos deixar nas mãos de outra pessoa nossos sonhos.
bjks

Saviorock disse...

Oi HAcker!!

Parabens pelo seu relato bastante sensato!!
beijos!