Ontem, entre uma consulta médica e outra, fui ao Largo Dois de Julho no centro de Salvador para comprar coleira e remédio para o mais novo membro da casa (isso é outro post). Já estava quase indo embora quando vi uma lojinha apertada, escura, quente, mofada e barulhenta. Porque estava precisando mesmo do remédio e da coleira, resolvi entrar.
Um barulho ensurdecedor de periquitos de todas as cores. Observando melhor o local, vi um pavão preso em uma gaiola do tamanho exato dele, triste, caído. Comprei o produto e pedi uma nota achando que viria o CNPJ ou nome da empresa.
Ao sair da loja vi uma gaiola com 02 faisões e umas aves parecendo patos. Resolvi ligar para o IBAMA de Salvador.
- Alô, gostaria de fazer uma denúncia.
- Um momento por favor... ta na na na na na na...ta na na na... Alô, aqui é fulano, posso ajudar?
- É do setor de denúncia?
- Sim.
- Estou aqui no Largo Dois de Julho e vi um loja... (descrevi a loja).
- Tinha alguma ave brasileira? porque pavão e faisão não são nossa mata nativa. Não podemos fazer nada, só é proibido vender animais silvestres. Não podemos fazer nada pelo pavão.
- Nem se estiverem sofrendo maus tratos?
- É...
(Pensei, pensei... tenho que forçar a barra pra eles irem lá, quem sabe acham alguma ilegalidade)
- Moço, tinham muitos periquitos.
- São brasileiros ou são australianos?
- Não sei moço, não sou biológa.
- A senhora poderia perguntar ao dono da loja. Temos muitas denúncias e se os fiscais forem lá e não acharem nada vão ficar aborrecidos comigo.
- Imagina moço, eu voltar lá e perguntar se o periquito é australiano ou brasileiro, é claro que ele não vai dizer. Se não puder registrar deixa pra lá, vou ver se falo com outro órgão.
- Ok. Eu preciso do nome e endereço completo da loja.
- Só um momento. Segura aí na linha e aproveita pra ver o barulho dos pássaros.
(voltei a loja e com minha cara de pau, falando com o dono)
- Moço, o senhor não colocou o nome da loja no recibo, pode colocar aqui? Obrigada.
(voltando ao telefone, celular viu?)
- Pronto moço, o nome da loja é Reino Animal. Fica ao lado do açougue (não lembro o nome agora)
- Me diz o nome da rua.
- Rua do cabeça, transversal à Carlos Gomes, próximo ao Largo Dois de Julho. No Centro.
- No centro? Não é grande?
- Não moço, acredite que com esse endereço dá pra achar a loja.
- Quais foram os maus tratos que a senhora alegou?
- São...(disse todos novamente)
- Como é mesmo o nome do açougue?
- Agora não sei mais moço, sinto muito.
- Ok. Por favor anote o número do processo. Se a senhora passar por lá depois de muito tempo e não notar nenhuma diferença me ligue para cobrar.
- Pode deixar. Obrigada.
Cansou de ler? Imagine eu ao celular indo e vindo atrás de informação?
Agora é aguardar. Caso nada aconteça, tentar com o ministério público embora este também não resolva nada. Lembra o cachorro que estava preso no casarão? continua lá sendo ajudado pela vizinhança.
Triste Brasil de pequenos grandes estudiosos da ineficiente justiça... muito estudo, muito saláro, pouca prática e muita má vontade. Ainda querem que os órgãos de fiscalização façam milagres.
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
Acabar com o tráfico de animais? Desse jeito está difícil...
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2 comentários:
É revoltante!
Já passei por situações semelhantes.
Desanimador, frustrante...
Lílian
nossa isso é msm terrivel.
coitados dos bichinhos nao fizeram nada e estao ficando presos
AIIIIIse um dia eu ver uma coisa dessas Denucio mais comigo vai ser bem pior que isso.
como sou da pulicia melhor ainda
mais pra valar a verdade esses policiais devia prender esses malandros que rapitam os pobres animais!rum... deixa eu ver para vc ver oque vai acontecer!
ESPERA,ESPERA,ESPERA PRA VC VER RUM...!:(
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