sexta-feira, 14 de março de 2008

Juventudes do Brasil

Onde moro tem duas meninas à flor da idade. Bárbara e Sara, de 14 e 15 anos respectivamente. Ambas são filhas de mães separadas. Sara tem um irmão mais novo de 05 anos. A mãe de Sara passa o dia fora, trabalhando, e só chega em casa na hora de dormir, logo Sara é, em parte, a responsável pelo irmão mais novo. As duas estão numa das fases mais bonitas de uma mulher onde o corpo toma os contornos em contraste com as peraltices de uma criança. Fase onde o interesse pelo sexo oposto surge e as dúvidas também.

Existem outras meninas e meninos da mesma idade delas, filhos de pais que cresceram entre a revolução sexual e os ensinamentos sobre sexualidade impostos pelos seus pais. Esses pais de hoje, além de saírem o dia inteiro, não têm abertura o sufiente com os filhos para falar de sexo e talvez nem saibam exatamente o quê dizer ou quando iniciar essa conversa. Logo, fica a cargo dos professores e da midia dizer aos adolescentes como eles podem se comportar.

Cabeça de adolescente já é confusa naturalmente. O corpo mudando, a voz alternando, as partes se exibindo e a cabeça a mil para absorver todas as novidades. Na mídia tudo é normal, a menina engravida, faz a maior confusão e, num acidente de bicicleta, perde o filho. Na vida real a coisa é mais séria porque a menina engravida, não perde o filho, mesmo caindo da bicicleta, e terá que compartilhar com a mãe a educação do filho. Entre mortos e feridos, a mãe agradece a Deus por ter recebido um neto sadio em vez de uma filha doente (aids, por exemplo).

O adolescente de hoje tem liberdade, mas não tem parâmetro. Tem responsabilidades que não são dele, mas não sabe suas próprias responsabilidades. Tem todas as informações do mundo numa tela de computador, mas não sabe buscá-las. Tem um mundo a ser explorado e vivido, mas só enxerga a liberdade sexual. Tem pais liberais, mas que guardam os tabus familiares como bloqueio para uma conversa. Tem cara-de-pau de se achar em igualdade com os homens, mas tem vergonha de pedir pra usar camisinha ou de dizer não.

Sara e Bárbara fazem parte de uma dentre as várias juventudes neste vasto Brasil, cada uma com seus próprios tabus e estatísticas quanto à gravidez, aborto, sexo, casamento, DST e virgindade. Nesse Brasil diverso existe algo em comum: Todas essas juventudes precisam de um referencial formador de opinião para direcioná-las a uma vida sexual segura, o mais tardar possível, para que elas possam aproveitar os estudos, os esportes, os beijos e as pegações sem se tornarem adultos antes da hora. Sara e Bárbara ainda não são mães solteiras e, espero que não façam parte desta estatística, mas para isso é preciso contruir um Brasil onde nossos jovens aprendam que sexo é bom, mas viver é melhor.

Imagem: http://diganaoaerotizacaoinfantil.wordpress.com/

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3 comentários:

Heber disse...

Juventude sempre foi uam coisa preocupante. Sempre falta algo. Principalemnte pais sensiveis ao p´robelma dos seus jovens e educação.

Cristiane A. Fetter disse...

Muito trabalho a se fazer, eu sempre comento isso aqui em casa.
É aquela premissa: EDUCAÇÃO, EDUCAÇÃO E INFORMAÇÃO.
Sem isso não tem jeito, porque quando o namoradinho diz, se você não transar sem camisinha eu não quero mais nada, ela aceita.
Se tivesse informação talvez a história seria diferente.
Mas aí vem a complicação da mãe ter que trabalhar e se ausentar de casa para sustentar esta família, já que provavelmente o pai é omisso nesta área.
Muito trabalho a se fazer.

ótimo post Geo.

Beijocas

Cristiane A. Fetter disse...

Geo, estou precisando da ajuda dos amigos, vai lá em casa que no post você vai entender.
Se quiser é só clicar AQUI.
Obrigada,
Beijocas