Rosinha e Alexandre foram a Morro de São Paulo esses dias e estão contando as histórias no blog de Alexandre. Lendo os posts, me veio a lembrança do reveillon do ano passado quando fui a Morro, um lugar tranquilo, mas não imaginem aquele lugar paradão onde nada acontece. Tudo acontece em Morro, democraticamente e "na paz". Lá reina a turma do reggae, os nativos se respeitam e preservam o turismo local. Morro de São Paulo é uma das ilhas de um complexo chamado Tinharé. Vamos à narrativa.
Dia 30 de dezembro de 2006, eu e Rafa decidimos passar o dia em Mar Grande. Ao chegarmos na travessia do Terminal da França, nos deparamos com uma fila impossível de encarar. Rafa foi sondar e descobriu uma saída para Morro de São Paulo onde o grupo faria o seguinte percurso: travessia de barco até Mar Grande, de lá uma van nos levaria até Guaibim e uma lancha nos levaria até Morro. Tudo por R$ 50,00 de cada. Topamos o desafio e lá fomos nós pra Morro, com bagagem suficiente para passar o dia e sem reservar pousada.
Após três longas horas de viagem, finalmente chegamos a Morro de São Paulo. Sabe a sensação de "Cheguei ao Paraíso", é exatamente assim. Ao chegarmos fomos abordados por um guia que se propôs a nos ajudar a encontra um hotel. O que parecia tarefa fácil, se tornou difícil para todos.
De pousada em pousada, de hotel em hotel e nenhuma vaga. Até tinham vagas, mas eles só fechavam o pacote de três dias e nós só poderíamos ficar um dia, pois Rafa viajaria na madrugada do dia 1º de janeiro. Os preços eram absurdos por conta do reveillon. Então resolvemos o seguinte: Curtir a praia e, no final da tarde, quando sobrasse quarto, voltaríamos a procurar vaga.
Já era próximo de doze horas, decidimos almoçar logo e curtir a tarde na ilha. Encontramos um restaurante e pousada muito legal, ao lado da pousada do farol. Lá almoçamos um comercial de Mocotó a R$8,00, boa comida pra duas pessoas. Não tinha vaga na pousada, mas a moça liberou o banheiro do restaurante para um banho e o que precisasse. Após a refeição, seguimos para curtir Morro.
Morro é tudo de bom, fotos e detalhes da ilha podem ser vistos na narrativa de Rosinha e Alexandre. O detalhe importante é a tranquilidade do local. Deixamos nossa mochila na areia sem nenhuma preocupação e fomos tomar banho de mar. Uma sensação de estar em outro mundo.
Já umas sete horas da noite, voltamos em algumas pousadas para procurar lugar para dormir e não encontamos nada. Voltar para Salvador era impossível aquela hora da noite. O camping era na Gamboa e não tínhamos barraca. Optamos pela única solução: Dormir na areia da praia.
Voltamos ao restaurante, tomamos um bom banho, pedimos à dona que guardasse nossa mochila, retirando apenas a canga (saída de praia). Curtimos a noite na cidade e, próximo de meia noite, descemos para a segunda praia. Aproveitamos uma loja aberta e compramos mais uma canga. A festa bombou! Show de reggae com Diamba e outras bandas, muita roska e gente bonita. Três da manhã e eu já não tinha humor para ficar acordada. Estendemos uma canga na areia, nos cobrimos com a outra e ficamos agarradinhos nos esquentando do frio pois a areia estava gelada. O mais legal é que a areia parecia encontro de pinguins, cheia de pessoas que tiveram a mesma idéia (necessidade) que nós.
Seis da manhã do dia 31 de dezembro de 2006, um grupo de pessoas voltando da festa, senhoras vendendo mingau e pão quente com queijo. Tomamos o café da manhã e sentamos na varanda de um hotel, esperando o horário de abrir o restaurante para pegarmos a mochila. O tempo não passou, então resolvemos passear na Gamboa. Seguimos para a Gamboa, caminhando por mais ou menos uma hora. No caminho encontramos um banheiro externo de uma pousada e paramos para as necessidades básicas. Sabe como é... Mocotó não é fácil de guardar. Depois dessa só um banho de mar na Gamboa, um famoso banho de lama e outro banho de mar.
Perto de dez horas, voltamos de barco da Gamboa para Morro. Pagamos R$2,00 pelo passeio. Chegando a Morro, compramos o catamarã de volta(R$ 50,00 cada) e fomos ao restaurante. Tomamos um banho, almoçamos e seguimos para pegar o Catamarã à uma da tarde. Meia hora de muito vento e sal no rosto para cotar o enjôo até chegarmos a Salvador, de volta ao Terminal da França.
Sei que a narrativa é grande, mas é impossível resumir Morro. A ilha é pequena, mas tudo lá é infinito e belo. Tudo é perto, mas uma paisagem é sempre diferente da outra. Se não tem dinheiro, existe sempre uma opção número dois. A vida lá não gira em torno do capital, embora ele seja sempre bem empregado. Morro de São Paulo é, para mim, a região de litoral mais bonita e melhor que já conheci.
Imagem Termina da França: Fotografia própria
Imagem Vista de Mar Grande: Fotografia própria
Imagem Chegada em Morro: Fotografia própria
Imagem Vista de Morro (Morro da Tiroleza): http://www.bbeco.org/site/Fotos/Imagens_Principais/morrosp.jpg
Imagem da Gamboa: http://www.pbase.com/marciocabral/seascapes (muitas imagens lindas do Brasil nesse site)
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
Dormi na praia pensando nele...
Postado por Geovana às 10:07
Marcadores: Bahia, Morro de São Paulo, Turismo
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6 comentários:
A narrativa tá ótima, as fotos ... nem se fala e o conteúdo MARAVILHOSO!!!!!!!! me imaginei fazendo os mesmos percursos.
Bjs
Que história hein?! A imagem que você pegou da vista do alto do morro está parecidíssima com uma foto que eu tirei. Quando voltar de férias, eu te mostro. A única diferença entre uma e outra é o tempo nublado na minha foto.
Pois é Xande, essa imagem é clássica pq é a vista do morro de S. Paulo, que dá nome à ilha. Muito linda mesmo. Nesse passeio, subimos o morro, mas não levamos a máquina. Também vimos o pôr-do-sol no mirante que vc cita no seu texto. Tinha um grupo de pessoas por lá, tomando vinho e contemplando o pôr-do-sol.
Rita, obrigada pelo elogio. Sempre que eu escrevo lembro de você. Sei o quanto gosta das minhas histórias e isso me deixa muito feliz.
Que aventura! Hehehe
Qdo vamos marcar um passeio pra lá todo mundo junto? Ia ser massa!
:D
Bjs!
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