segunda-feira, 12 de julho de 2010

O Violão

Ontem, ouvindo e vendo meu irmão tocar a guitarra que ele mesmo construiu, relembrei como eu e ele nos interessamos em aprender a tocar.

Nós morávamos em Nazaré das Farinhas, interior da Bahia. Eu tinha 13 anos, despertando para o amor. Era final da década de 80, o rock nacional na melhor fase, fim da ditatura e início das Diretas Já. Legião Urbana, Titãs, Engenheiro do Hawai, Capital Inicial, Barão Vermelho e Paralamas do Sucesso tocavam os sucessos nas rádios, mas a graça era ficarmos, eu, Mag e Ró, ao lado da radiola para aprender as letras sem cortes. Em meio a esse cenário, Guilherme, um garoto que eu era afim, começou a aprender teclado e me chamou para tomar curso junto com ele. Lá em casa tinha um violão que ficava ocioso, um tonante que era da minha mãe, então resolvi iniciar o curso. O que era apenas uma paquera se tornou algo divertido e eu já nem lembrava meu interesse incial, tudo o que eu queria era aprender músicas novas. Meu irmão, dois anos mais novo que eu, também se interessou em aprender a tocar. Rogério, com um talento nato, rapidamente aprendeu os segredos do violão e saiu do curso. Hoje ele toca muito bem e ainda contrói e reforma guitarras.

Toda vez que lembro dessa história me pergunto: Se não existisse um violão lá em casa, se eu não fosse movida pela paixão e se meus pais não tivessem levado nossa vontade a sério, será que meu irmão seria esse músico e luthier exemplar que é hoje? Por isso eu acredito que toda criança precisa e merece ser incentivada musicalmente. Nunca se sabe onde um grande músico pode se desenvolver.

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