quarta-feira, 2 de julho de 2008

São João 2008 - Quarto e Último Dia

Toc, toc... 4:45 da manhã, Rosinha bate à porta do nosso quarto. Marcamos de sair às 5:ooh, mas eu e Rafa perdemos a hora. Corro, tomo banho rápido. Pego as malas e Alexandre de ajuda a arrumá-las no carro (homem tem mais noção de espaço) enquanto Rafa termina de se arrumar. Eu já tinha preparado o lanchinho no dia anterior e combinamos de tomar o café da manhã em algum posto na estrada. Feito, conseguimos sair antes das 5:15h. Levamos água para ir bebendo na viagem.

Existe uma expressão meio feinha que costumam falar por aqui: "cagado de urubu". Quando alguém está "cagado de urubu" significa que está com pouca sorte. Pois é, no dia anterior, antes de sairmos pro passeio, o urubu mirou e acertou no nosso carro, bem no banco do carona.

Passamos ilesos por um caminho de muita serração (neblina), tinha trechos que não dava pra enxergar quase nada, pois o vidro do carro embassava devido à temperatura externa ser menor que a interna. O jeito era ligar o ar, mas não sei como Alexandre se virou por lá, no carro dele.

Chegando em Cruz das Almas(acho que foi lá), paramos para um café. Por precaução, comprei dois lanches pra mim e Rafa e um suco de garrafa. Seguimos viagem. Pista boa, pé na estrada, a viagem parecia ótima. De repente um Urubu cruza o caminho de Alexandre, bate no limpador de para-brisa, em seguida no teto e cai do outro lado da pista. Para completar a façanha, Alexandre teve que passar por dois quebra-molas quase sem enxergar. Flávio, que dormia tranquilamente, acordou com a cabeça batendo no teto; os olhos de Alê saltaram; Rosinha ficou ainda mais apaixonada pelo marido. Paramos no acostamento, consertamos o limpador e seguimos viagem. Por sorte a serração já havia passado, o dia já estava quente.

Mais adiante, foi e minha vez e a de Rafa. Infelizmente, e vocês sabem como é difícil para nós, atropelamos um cachorro na estrada, próximo à entrada para Santo Antônio de Jesus e à loja da embasa. Fazíamos uma ultrapassagem quando o animal surgiu em nossa frente. Não deu tempo freiar e não tínhamos como desviar, foi imediato. Os meninos viram tudo do carro de Alexandre que estava atrás do nosso. Disse que o bichinho caiu duro no acostamento. Alguns metros depois (não sei quantos, já falei que não tenho noção de distância), o carro parou totalmente, não conseguimos mais seguir viagem. O jeito foi acionar o guincho.

Enquanto tentávamos entrar em contato com o seguro do Banco do Brasil, reconstituímos o ocorrido e por isso chegamos à conclusão que não tínhamos nenhum meio de evitar o ocorrido. A turma do carro de Alexandre ficou conosco até a confirmação do guincho, mas como estava demorando, eles tinham hora para chegar e o fluxo de veículos estava aumentando, resolvemos que deveriam seguir viagem. No máximo em 02 horas após o ocorrido já estávamos à bordo do táxi pago pelo seguro e o nosso querido carrinho já estava guinchado.

O carro foi levado para a oficina autorizada, mas depois Rafa optou em fazer o serviço na mesma oficina que atende a procuradoria. O seguro disponibilizou o guincho sem problemas. O carro está novinho e ainda fizeram revisão. O custo total foi mais de R$1000,00. Pagaríamos outro tanto só pra ver o cão vivo, mas não foi possível.

Chegando em Salvador, presenciamos uma batida bem próximo a nós. O motorista do taxi foi experiente e nos salvou, mas dois carros se chocaram e a frente do de trás ficou totalmente amassada. Não lembro o nome do motorista ou do guincho, mas perguntarei a Rafa, prometo. Bons serviços devem ser indicados.

Brincamos que foi a cagada do Urubu, mas considero que todos tivemos muita sorte. Foi um feriado movimentado, volta de festa que tem muita bebida e todos chegamos bem, sem nenhum arranhão. Fatalidades acontecem e, por mais que fiquemos tristes, muito pior seria se fosse uma pessoa, uma criança. Então, é uma dádiva e uma sorte ter sido da maneira que foi. Às vezes algo acontece conosco para que algo pior seja evitado e é desta forma que devemos encarar os desencontros. Afinal, o que é um urubu pra quem tem Cristo como protetor?

Ao meio-dia já estávamos todos bem, em casa. Nosso carro já estava bem guardado e a memória cheia de histórias a serem contadas. Obrigada a todos que acompanharam nossa viagem. Até a próxima.

5 comentários:

Rita de Cassia disse...

Adoreiiiiiiiiiiiiiiii!!! Tudo. A narrativa, os fatos, tudo!!!
Bjs

Unknown disse...

Também acho que as coisas acontecem conosco tem um propósito... Então prefiro acreditar que algo pior foi evitado... No resto a viagem foi maravilhosa...

bjs

Unknown disse...

Ahhhh, este foi o quarto dia viu.
bj

Geova Costa disse...

Alê, já mudei o dia.

Rita, saiba que escrevo pensando em você, sei o quanto gosta das minhas narrativas, obrigada.

Obrigada a todos.

Beijos.

Alexandre M. Lima disse...

Nós tomamos café logo depois de Gandu; Cruz das Almas estava bem longe.
Para conseguir enxergar na neblina, eu liguei o ventilador do carro e virei as paletas para cima do pára-brisa. Aprendi como desembaçar o vidro com o namorado de minha tia.
Todos os acidentes foram quase inevitáveis. Somente se estivéssemos em baixa velocidade eles não teriam acontecido. Como na estrada ninguém anda abaixo de 80 km/h, foi infelicidade mesmo.