sexta-feira, 9 de novembro de 2007

NORMOSE

Uma amiga me enviou um texto, mas antes de colocá-lo aqui, resolvi buscar o autor. Pra minha grata surpresa, descobri que normose é um objeto de estudo da psicologia, o que tornou o texto ainda melhor.


Normose: Segundo o livro "Normose – A Patologia da Normalidade" de Roberto Crema, Pierre Weil e Jean Yves Leloup, normose é “aquela realidade perigosa em que o hábito nocivo torna-se a norma de consenso aceita por todo mundo ou pela maioria”. "Trocando em miúdos: quando a maioria das pessoas está de acordo com uma determinada opinião, atitude ou ação, forma-se uma espécie de bloco consensual que dita uma norma. Depois de adotada, a norma pode tornar-se um hábito". [http://www.revistadigital.com.br/leitura.asp?CodMateria=2121]

Esse nome chegou para mim através desse texto que achei muito interessante, embora estranhei o autor dizer que a palavra foi inventada pelo professor Hermógenes, fundador da ioga no Brasil. Talvez ele tenha apresentado o nome ao Brasil.
"
Lendo uma entrevista do professor Hermógenes, 86 anos, considerado o fundador da ioga no Brasil, ouvi uma palavra inventada por ele que me pareceu muito procedente: ele disse que o ser humano está sofrendo de normose, a doença de ser normal.
Todo mundo quer se encaixar num padrão. Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar. O sujeito "normal" é magro, alegre, belo, sociável, e bem-sucedido.
Quem não se "normaliza" acaba adoecendo. A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento.
A pergunta a ser feita é: quem espera o que de nós? Quem são esses ditadores de comportamento a quem estamos outorgando tanto poder sobre nossas vidas? Eles não existem.
Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha "presença" através de modelos de comportamento amplamente divulgados. Só que não existe lei que obrigue você a ser do mesmo jeito que todos, seja lá quem for Todos. Melhor se preocupar em ser você mesmo.
A normose não é brincadeira. Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer o que não se precisa. Você precisa de quantos pares de sapato? Comparecer em quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o verão chegar? Não é necessário fazer curso de nada para aprender a se desapegar de exigências fictícias. Um pouco de auto-estima basta. Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo. Criaram o seu "normal" e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante. O normal de cada um tem que ser original. Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros. É fraude. E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.
Eu simpatizo cada vez mais com quem nos ajuda a remover obstáculos mentais e emocionais, e a viver de forma mais íntegra, simples e sincera. Por isso divulgo o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes". Martha Medeiros (05.08.07-Jornal Zero Hora-P.Alegre- RS )
Leitura Complementar: http://www.cuidardoser.com.br/normose-ou-anomalias-da-normalidade.htm (Do livro: A arte de Viver em Paz, de Pierre Weil)

2 comentários:

Rita de Cassia disse...

Os "tipos" são colocados na nossa frente todos os dias e sem que possamos perceber. Quantas vezes nós não nos pegamos algumas vez olhando de lado para alguma beldade magricela? ou esticando a cara no espelho? Por mais que se tente viver o real, ser verdadeiro a "mensagem" que recebemos (bem sutil) é para acompanharmos a manada ... magra, bonita, jovem, atuante, "inteligente", viril, "bem resolvida", equilibrada financeiramente... etc., etc. E haja exercício pra ser autêntico. Chega o dia que você nem sabe mais quem é.
Beijos
Rita

Geovana disse...

É Rita, mas muitas lindas, siliconizadas e "bem sucedidas" adorariam ter marido, filhos, cachorro e papagaio. Poder comer bolo de chocolate ou ver filme com pipoca.
Vamos nos valorizar e esquecer essa tal normalidde. Ao menos não ligar tanto pra ela.
Beijos e bom fim de semana.